O Cabelo ao Longo da História- Venha conhecer essa "História Cabeluda"��

Os cabelos são importantes para os mais diferentes povos, nas mais diferentes regiões e épocas. Não servem apenas só  para proteger o crânio de algum traumatismo, (de alguma pancada)  ou dos raios do sol, no entanto, o cabelo pode assumir diferentes significados, desde força, virilidade,  símbolo de sedução, identidade pessoal, resistência,  entre muitos outros significados, e você verá comigo a partir de agora cada um deles !

O cabelo na mitologia e nos contos de fadas

O cabelo está impregnado  no nosso imaginário, quem aqui nunca ouviu falar da história de Medusa ?   criatura mitológica  grega que tinha cobras no lugar de cabelos e transformava quem a olhasse em pedra? Ou de Sansão? Personagem bíblico que tinha a sua força física ligada aos cabelos compridos, que foram cortados pela Dalila. Ou até mesmo das sereias , que sempre mantinham seus longos cabelos e com seu cântico doce enfeitiçavam as pessoas, No Brasil temos como exemplos de sereias Iara, da mitologia tupi que seduz e leva as pessoas para o fundo das águas, e nos contos infantis temos Rapunzel. Dessa maneira como você pode observar em todas essas histórias o cabelo expressa algo muito poderoso, muito significativo como: força, poder, punição e sedução. 

O cabelo na Antiguidade

O cuidado com os cabelos é um traço característico do povo do Antigo Egito. A partir de 3.000 a.C., as cabeças raspadas e lisas e os corpos sem pelos passaram  a ser sinais de nobreza, a moda exigia que homens e mulheres usassem as famosas perucas de cabelo humano ou de lã de carneiro. O cabelo então no Egito Antigo era um símbolo de riqueza, de status, de poder.

Já na Grécia Antiga muitas pessoas ofertavam seus cabelos aos deuses em troca de promessas, e havia também ali um ritual onde a virgindade era oferecida ao deus Hipólito, através de oferenda, da raspagem  da cabeça em homenagem ao deus. Só depois desse ritual as pessoas estariam liberadas para se casarem. As próprias divindades gregas eram retratadas com longas madeixas  eram um ideal de beleza e perfeição corporal a ser seguido na época. Dessa forma o cabelo na Grécia  podiam ter tanto um status religioso, de oferenda, parte de um ritual de passagem como também  um símbolo de beleza e sedução. Já em Roma,  os romanos pelavam, raspavam a cabeça das pessoas consideradas hierarquicamente inferiores (prisioneiros, escravos, traidores) para assim assinalar que aquela pessoa  vivia na  condição de subordinada, então  o cabelo servia como diferenciação social.

O cabelo na Idade Média

Com a queda do Império Romano, a Europa foi governada por poderes eclesiásticos, (da Igreja) que muito influenciaram até mesmo nos penteados da época.  Para o pensamento religioso os cabelos tinham fortes conotações eróticas. Por isso, as mulheres nos séculos IX e X, os escondiam sob longos véus e tranças.  já os Homens usavam cabelos compridos e à vista de todos, uma vez que era um símbolo de masculinidade e liberdade.  A idéia de provocação sexual ligada à cabeleira feminina, de desejo e sensualidade eram tidas como pecado na tradição cristã, por exemplo, as mulheres jamais poderiam entrar na igreja de cabeça descoberta. Já os povos tidos como “bárbaros” tinham por princípio que cabelos longos distinguiam os homens livres dos escravos (estes eram obrigados a usar cabelos curtos). No entanto, os guerreiros precisavam aparar seus longos cabelos e barbas para adaptá-los aos trajes de guerra.

O cabelo na idade moderna

No Século XV acredite se quiser, era comum arrancar os fios da frente da cabeça para passar a impressão de uma fronte, de uma teste maior. Essa aparência era muito admirada na época . No século XVI, por conta da Rainha Elizabeth I, a moda era rostos brancos carregados de pó de arroz e perucas. E não eram perucas simples, elas eram cada vez mais elaboradas cheias de “glamour”. por baixo dessas perucas os cabelos reais  geralmente eram curtos e sujos! Ter perucas volumosas e chamativas era algo que fazia parte da etiqueta naquela época, e era considerado um artigo básico de beleza.  o uso de perucas pela  aristocracia  simbolizava riqueza e imponência. Item extremamente caro, a peruca era usada tanto por homens quanto por mulheres. Essa moda começou mesmo foi com Luís XIV da França, o Rei Sol, que durante seu governo adotou a peruca, porém,  foi por por necessidade mesmo, coitado, desde a adolescência, ele já apresentava sinais de calvície. Desde então, usar perucas passou a ser status de prestígio e diferenciação social. 

Após o casamento, as moças nobres deveriam usar perucas até a hora da morte Entretanto, havia outro motivo pelo qual o uso desse item era tão difundido: desde o século XVI, a Sífilis estava muito disseminada na Europa. Seus sintomas mais leves eram a perda irregular de cabelo e feridas abertas pelo corpo, podendo chegar à perda de olhos e narizes, e também à insanidade. Cabelos falsos serviam para esconder os primeiros vestígios da doença, amenizando a vergonha que um nobre poderia passar. A moda durou até a Revolução Francesa, em 1789, que passou a fazer as cabeças aristocratas rolarem na guilhotina. Após isso, o item caiu em desuso: era perigoso ostentar o símbolo de uma nobreza que se desejava extinguir. O problema, no entanto,  com essas perucas era que a limpeza dessas era precária e as perucas, muitas vezes, além de empoeiradas, ficavam infestadas de piolhos.

Falando nos piolhinhos, recordamos do quê? Da vinda da família real para o Brasil! Se você está se perguntando o que tem haver uma coisa com outra, é simples: durante a viagem houve uma infestação de piolhos a bordo, o que fez com que  Dona Carlota Joaquina, as filhas e as outras damas da corte tivessem que raspar a cabeça, ou cortar o cabelo bem curto, e usar turbante. As senhoras da alta sociedade colonial deduziram que aquela deveria ser a última moda nas cortes européias. Não demorou mais que dois ou três dias para que as madames começassem a desfilar pelas ruas da cidade ostentando a cabeça raspada e envolta em um turbante. Este fato banal, que chega ate a ser engraçado,   é um traço do comportamento brasileiro: o de copiar qualquer coisa que pareça novidade, desde que era colônia, no Brasil já se copiava  coisas dos países considerados mais adiantados.

 O cabelo na  Idade Contemporânea

   Outros momentos históricos que marcam mudanças no modo de usar os cabelos ocorrem durantes as duas grandes guerras mundiais. Na Primeira Guerra Mundial, as mulheres foram convocadas a trabalhar,  pois os homens estavam combatendo, as roupas femininas  simplificam-se assim como os cabelos, que ficam mais curtos e menos elaborados. Anos depois, a Segunda Guerra Mundial também exigiria mudanças que se refletiriam no modo de tratar e mostrar os cabelos. Nessa época Hollywood lança os filmes com tema de guerra e musicais alegres e coloridos, As atrizes utilizavam longos e macios cabelos soltos e geralmente cobriam a metade do rosto, Com esta febre de imitar as atrizes muitas mulheres que trabalhavam em fábricas tiveram acidentes fatais envolvendo seus cabelos soltos nas engrenagens das máquinas Em vista dos acidentes tornou-se obrigatório o uso de redes nos cabelos,  e por fim  acabou até por tornar-se moda.  Durante a Segunda Guerra Mundial as mulheres podiam ter seus cabelos cortados caso descoberto envolvimento das mesmas com soldados inimigos que ocupassem com seu exército determinado território, o cabelo aqui adquiria o sentido de punição.

Anos 60 e 70

As mulheres estavam em busca da liberdade em diversos setores. A banda The Beatles também inspirou moda com o corte tigela, criado por Vidal Sasson, usado por homens e mulheres Surgindo dessa forma a moda unissex. O movimento Black Power surgiu na década de 1960 como um movimento político e identitário, marcado pelo uso do cabelo natural em destaque, como enfrentamento da imposição da estética eurocêntrica, e pelo slogan Black is beautiful, ou seja, “ser negro é lindo” o penteado Black Power tratava-se de um desafio ao padrão do cabelo liso, com a libertação do cabelo crespo para transmitir todo o ideário de resistência e empoderar mulheres e homens negros com conscientização de que seus traços naturais são lindos, ou seja, “black is beautiful”. 

Os anos de 1970 foi uma época muito variada de estilos, começaram trazendo uma moda hippie que usavam aparentemente cabelos displicentes, soltos, bagunçados e pareciam não exigir muito tempo para cuidá-los, mas arrumar os cabelos era complicado. O estilo Bob Marley, um rastafári, com tranças e miçangas africanas também marcaram época.  Para complementar o época de variadas tendências surge na Inglaterra e se expande para o país o movimento Punk, usado muito por adolescentes estudantes e desempregados, sendo um modo de agredir a todos com suas roupas e acessórios, cores fortes e ousadas nos cabelos (VITA, 2008). Entre os hippies, os cabelos desalinhados eram um sinal de liberdade e de não aceitação dos valores vigentes.






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